A “Mona Lisa”, também conhecida como “Gioconda”,
é um dos quadros mais famosos de Leonardo da Vinci.
Mas sabia que o seu nome original era outro?
A “Mona Lisa”, também conhecida como “Gioconda”,
é um dos quadros mais famosos de Leonardo da Vinci.
Mas sabia que o seu nome original era outro?
“A mulher é igual ao fel, mas tem dois bons momentos, um no leito e outro na morte”
– Palladas, poeta grego do século V a.C., apud Prosper Mérrimé, in Carmem.
DOCE DE LEITE: ORIGEM E RECEITA TRADICIONAL
“É extraordinário como a gente se acostuma com esta vida nômade, dormir e comer aqui e ali e não pensar em nada importante, porque nada sabemos. Não lemos nem cartas nem jornais, e não podemos participar do drama que se desenrola (...) Marchamos estúpidos e calados – escravos do deus da guerra”.
(Edouard Coeurdevey, soldado na primeira guerra, apud Max Hastings, in Catástrofe 1914: a Europa vai à guerra; tradução de Berilo Vargas)
A origem da utilização da palavra “Veado”
“Poderíamos amar-nos e ser felizes se não nos tivéssemos casado, se não vivêssemos juntos, se fôssemos livres”.
– Augusto Abelaira, in Seara Amena.
O PAPAGAIO, de J. Simões
Lopes Neto
O reverendo Padre Bento de S. Bento - que o senhor talvez conhecesse, não? - era um Santo homem paciente - paciente! paciente! - como naquela época outro não houve.
Nos circos de burlantins
muita cousa curiosa tenho apreciado: cachorros sábios, cabras que fazem provas,
cavalos dançarinos e burros que a dente pegam o palhaço pelo... atrás das
pantalonas; mas a paciência para esse ensino não pode comparar-se, não se pode,
com a do reverendíssimo.
O Padre Bento, farto de
aturar sacristãos e não querendo estragar a sua paciência, que estava-lhe na
massa do corpo, resolveu dizer as suas missas... sozinho.
Preparava as galhetas, o
missal etc.; depois pachorrentamente paramentava-se e pachorrentamente esperava
a hora de oficiar; chegada, encaminhava-se para o altar, e começava e concluía,
parte por parte, tudo muito em ordem.
Mas o filé, o bem-bom, era
quando entrava a ladainha: ele cantava o nome do soneto e uma vozinha
esquisita, porém muito clara, respondia logo:
- O-o-a por nob-s!
E os fiéis, em seguida, pela
pequena nave afora, acudiam ao estribilho:
- Ora pro nobis!
Dessas ladainhas assisti eu
a muitas, na capelinha de S. Romualdo, que era próxima a nossa casa, na Vila
de...
Agora sabem quem cantava as
ladainhas do Padre Bento?
Era o Lorota, um papagaio
amarelo, criado na gaiola e muito bem falante... com ele diverti-me muitas
vezes:
- Lorota, da cá o pé!
E ele, ensinado pelo padre,
respondia, amável!
Coitado!... O padre morreu e
o Lorota, não tendo mais a quem dar contas, fugiu. Passaram-se os anos.
E pausada, afinada, bem
puxada em suma! Seria um sonho?... Estaria eu errado na tocada das onças, e, em
vez de estar na floresta cheia de bichos ferozes, estava na vizinhança de algum
convento, de alguma capela, de alguma romaria?...
E a ladainha, compassada e
cheia, vinha se aproximando:
- Bento S. Bento!
- Ora pro nobis!
- Santo Atanásio!
- Ora pro nobis!
- S. Romualdo!
- Ora pro nobis!
Eu mergulhava os olhos por
entre os troncos, os cipós e as japecangas a ver se bispava uma cor de opa, uma
luz de tocha, uma figura de gente; nada! Nisto, a ladainha pousou nas arvores,
por cima de mim. Pousou, sim, é o termo próprio, porque quem cantava era um
bando de papagaios e quem puxava a ladainha era o papagaio do Padre Bento, era
o Lorota!
A paciência do bicho!...
Ensinar, direitinho, aos outros, a cantoria toda!...
Pasmo daquele espetáculo, e
duvidando, quis tirar uma prova real, e perguntei para cima:
- Lorota? Dá cá o pé!...
Pois o papagaio conheceu a
minha voz, conheceu, porque logo retrucou-me com a antiga resposta que ele
sempre dava:
- Romualdo é bonito!
Bonito!...
E como para obsequiar-me fez
um - crr! - como aviso de comando e recomeçou a ladainha:
- Bento S. Bento!
- Ora pro nobis!
- Santo...
Nisto tremeu o mato com um
berro pavoroso... o Lorota e seu bando bateu asas... e eu olhei em frente: a
sete passos de distância estava agachada, de boca aberta, pronta para o salto,
uma onça dourada, uma onça ruiva; uma onça de braça e meia de comprido!...
E na aragem do mato ainda
soou um vozerio distante.
- Or... a pro no... bis!
- S... Ro... mual... do!
- Ora... pro... nobis!...
· “Que justice se fasse! Qu’il soit brisé, ce vieux monde, où l’innocence a peri, où l’egoisme a prosperé, où l’homme a été exploite par l’homme! Qu’ils soient détruits de fond en comble ces sépulcres blanchis, où résidaient le mensonge et l’iniquité.”
– Heinrich Heine; apud Augusto Abelaira, in Enseada Amena.
(Tradução: Que se faça justiça! Que seja destruído este velho mundo, onde a inocência pereceu, onde o egoísmo floresceu, onde o homem tem sido explorado pelo homem! Que sejam completamente destruídos esses sepulcros caiados, onde residiam a mentira e a iniquidade.”)
Peter Gabriel dedicou a música Mercy street, à poetisa confessional norte americana Anne sexton.
"Racista, eu? Ora, não sejas bobo. Sabes como trato minha negrada. Eles me adoram. Mamei nos peitos duma negra-mina. Me criei no meio de moleques pretos retintos. Quando leio esses casos de ódio racial nos Estados Unidos, comento com a Lanja e lhe digo que no Brasil, graças a Deus, não tem esses problemas, pois aqui o negro conhece o seu lugar".
Érico Veríssimo, in INCIDENTE EM ANTARES (fala de uma personagem).