quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

ARTES PLÁSTICAS: POR QUE SE CHAMA “MONA LISA” À “GIOCONDA”?

A “Mona Lisa”, também conhecida como “Gioconda”, 

é um dos quadros mais famosos de Leonardo da Vinci. 

Mas sabia que o seu nome original era outro?


Leonardo da Vinci - Monalisa
Gioconda
Museu do Louvre

A Gioconda é uma das obras mais famosas de Leonardo da Vinci. Exposto no Museu do Louvre de Paris, é, seguramente, o retrato mais famoso da história. É considerado uma obra-prima devido ao uso de técnicas inovadoras como o sfumato e o halo de mistério que exala, especialmente o seu enigmático sorriso.

O retrato representa a esposa de um comerciante florentino, Francesco del Giocondo, daí o nome de Gioconda. Contudo, a pintura é mais conhecida por outro nome: Mona Lisa. No Renascimento, era comum as pessoas darem alcunhas às obras de arte que, por vezes, se tornavam mais famosas do que o seu nome oficial.

No caso deste quadro, qual dos nomes é o “oficial”? Na verdade, nenhum dos dois, já que o título original desta obra era Retrato de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo. La Gioconda e La Mona Lisa são os nomes populares que acabaram por se tornar mais conhecidos do que o oficial, que tem pouca garra e é um pouco comprido.

Quem era a Mona Lisa?

A mulher retratada é, provavelmente, Lisa Gherardini, a terceira esposa de Giocondo, que enviuvara pela segunda vez. “Mona” é uma grafia antiga da palavra italiana “monna”, um diminutivo medieval de “madonna”, ou seja, “senhora”. Portanto, este segundo nome significa simplesmente “a senhora Lisa”.

O quadro foi encomendado por Giocondo por volta do ano 1503, provavelmente para comemorar o nascimento do seu segundo filho. Os retratos eram um luxo reservado às classes altas e eram encomendados em ocasiões especiais. Francesco queria um retrato que representasse a virtude e a beleza da sua esposa, que, na altura, teria cerca de 25 anos.

A identidade de Lisa Gherardini como a modelo da Mona Lisa é a hipótese mais generalizadamente aceite, pois é corroborada pelas crónicas da época, incluindo os escritos de Giorgio Vasari, biógrafo de artistas do Renascimento. Ainda assim, devido ao halo de mistério existente em torno da modelo e do seu misterioso sorriso, surgiram várias hipóteses alternativas, desde se tratar da mãe do pintor até ser um auto-retrato do próprio Leonardo.

A paisagem de fundo também permaneceu um mistério ao longo dos séculos e diversos historiadores da arte tentaram relacioná-la com um sítio concreto, que pudesse fornecer pistas sobre o passado do artista. Apesar disso, as opiniões dividem-se entre quem pensa que se trata de uma paisagem real e quem ache que foi inventada: há que ter em conta que, para aquele tipo de encomendas, o importante era o sujeito e o fundo era escolhido para realçar a pessoa retratada.

A história do quadro encerra um mistério adicional: a pintura nunca foi entregue à família. Leonardo conservou a obra consigo até à sua morte em 1519. Pensa que tal se deva ao facto de ele a utilizar como um exercício contínuo para aperfeiçoar as suas técnicas, ou que a encomenda tenha sido interrompida por circunstâncias desconhecidas.

Quando da morte de Leonardo, ou pouco antes, o quadro passou para a posse do rei francês Francisco I, que o comprou pelo valor de 4.000 escudos de ouro, que, ao câmbio actual, equivaleriam a entre 700.000 e um milhão de euros: uma autêntica pechincha, uma vez que é o retrato mais famoso da história.



Fonte:

Autor: Abel G.M.

13 de Janeiro de 2025




Nenhum comentário:

Postar um comentário