INAUGURAÇÃO DE BRASÍLIA
Brasil ouviu JK
JK se dirige para o palanque do Palácio da Alvorada. A Novacap estimou em 250 mil as pessoas que estavam em Brasília quando ela se tornou a Capital do Brasil. 60 mil eram candangos, 1.000 jornalistas; mais de 1.000 funcionários do Executivo; 1.641 policiais; 23 médicos e 40 enfermeiros, que estiveram em plantão permanente. Alguns aviões da Esquadrilha da Fumaça tornaram a festa mais bonita.
Brasília: um ponta-pé no pessimismo
MUITA gente duvidou que Brasília virasse gente grande. Pessoas como aquêle visitante que murmurou:
- Duvido que fique pronta até o dia da festa!
Mas veio logo a resposta de um brasileiro de fé: Um candango respondeu de pronto:
- Duvide não, môço.
E, realmente, a foto (abaixo) desmente os argumentos pessimistas. Aí está uma boa amostra. Planejamento na base de um plano pilôto que Lúcio Costa traçou e Niemeyer fêz ir pra frente. A cidade do século. Sem cruzamentos.
Brasília, a mais cordial do mundo. Veículos e homens vivem na mais completa harmonia. Sonho de arrojados urbanistas, ela é o encontro com o futuro.
Brasília: volta ao mundo em 24 horas
EM Brasília, dinamismo nunca exclui o bom-gôsto e o arrôjo arquitetônicos. O ritmo de trabalho acelerado não prejudicou em nada a beleza das linhas de edifícios, jardins e praças. Em cada canto há um detalhe ousado para confirmar o grau de arrôjo e inteligência que já fizeram da arquitetura brasileira um tema constante no mundo atual. Os anexos do Congresso demonstram mais uma vez o poder de criação dos arquitetos nacionais. Agora mesmo, as edificações de Brasília estão na ordem do dia em tôda a imprensa mundial. Jornais e revistas, da Europa à Ásia, falam dessa cidade que nasce sob o signo da moderna arte do lápis e do concreto. Brasília está promovendo ainda mais nossa arquitetura.
Cabeça de JK faz o Brasil pensar certo
BRASÍLIA, ainda jovem, já tem a sua história que vem de 1789. Não é, portanto, uma cidade artificial. Sem raízes. Sem planos. Sem ideais. Nasceu de uma idéia que preocupou os Inconfidentes. Tiradentes já sonhara com a instalação de um govêrno independente no interior. Essa interiorização foi tema de muitos homens. José Bonifácio de Andrada foi um fervoroso adepto dessa idéia. Em 1853, o Marquês de Paranaguá. Em 1890, Lauro Müller. Em 34 e 1946, os constituintes. Em 46 nasce a Comissão de Planejamento. Mas, com JK, em 1957, a idéia encontra seu impulsionador dinâmico. E Brasília vira realidade e capital brasileira. O nome Brasília, sugerido, em Assembléia, por Francisco Pereira da Silva, é hoje coisa viva. E tôda a história de Brasília (com opiniões pró e contra) está agora recolhida ao belo museu desta jovem capital.
E o programa chega ao fim
Os festejos de Brasília - a maior promoção mundial do ano - custaram 150 milhões. A parte recreativa incluiu 38 toneladas de fogos de artifício, corrida de barcos e automóveis, concêrto sinfônico (Maestro Eleazar de Carvalho), show gigante seguido de 30 mil m2 de dança popular, parada militar com desfile de candangos e máquinas, baile de casaca com champanha e “n” caixas de uísque, torneio infantil, festival de encerramento, com quadros da história pátria, alegorias de mudanças da nossa Capital, intervalados de Tiradentes, José Bonifácio e outros detalhes risonhos e patéticos. Tudo isso compôs a sinfonia dos que festejam a passagem de novo ciclo da nossa história.
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