sábado, 6 de julho de 2024

COMUNICAÇÃO: O QUE SÃO REALMENTE FAKE NEWS?

 



INTRODUÇÃO DO BLOGGER

Como o assunto é complicado e de extremo interesse, seguem-se dois artigos retirados de sites voltados para estudantes e, portanto, bastante claros e didáticos. Você, leitor deste blog, pode ler apenas um deles ou ambos, assim como pode e deve, se o assunto lhe interessar, fazer novas pesquisas, para se informar sobre algo que está preocupando o mundo e, principalmente, colocando em cheque as democracias, as fake news.



FAKE NEWS: O QUE SÃO, COMO FUNCIONAM E COMO COMBATER


Nos últimos anos, o termo fake news ganhou muita atenção e esteve associado a diversas questões, como política, economia, migração, conflitos etc.

Em uma tradução literal, “fake news” significa “notícias falsas”, são conteúdos inverídicos e eventualmente sensacionalistas que passaram a preocupar o mundo inteiro.

Nesse texto, vamos entender exatamente o que são essas fake news e importantes questões sobre o tema, informações atualizadas para você ficar por dentro de tudo.

O que são fake news?

O termo Fake News significa notícia falsa. Chamamos de fake news toda reportagem, publicação em redes sociais, propagandas e comunicações de uma maneira geral que seja mentira, ou seja, que fale coisas que não são verdade.

Quando pensamos em uma notícia, é necessário ter em mente que é alguém contando uma história. Naturalmente, aquilo já passa pela visão e interpretação de alguém sobre algum dado ou informação.

Porém, muito além disso, essa pessoa pode fabricar esses dados ou inventar informações, e é aí que podemos definir melhor uma fake news.

Generalizando, podemos dizer que fake news é como se fosse contar uma mentira com algum objetivo, nada mais que uma calúnia, um boato ou uma difamação.

Então, isso significa que a fake news é muito mais antiga do que estou pensando? Exatamente!

Alguns historiadores, como Robert Darnton, comentam que esse hábito de espalhar fake news, notícias falsas, já existia há muito tempo.

Ele consegue até identificar um caso no século VI: Procópio de Cesárea era o historiador do Império Bizantino e foi responsável por escrever alguns textos sobre a história do imperador Justiniano, esses textos omitiam alguns escândalos do governo e amenizava inúmeras crises, tudo com interesses por trás.

Começava aí uma fake news que só foi descoberta após a morte de Procópio.

Então, como você pôde perceber, as fake news não são novidade e já existem desde que o mundo é mundo.

Entenda a origem do termo “fake news”

Sendo essa prática tão comum na história, é um pouco difícil delimitar um período histórico exato para o início da utilização do termo “fake news”..

Entretanto, podemos sinalizar que nos últimos anos a discussão sobre fake news tem ganhado força, principalmente associada ao conceito de pós-verdade (post-truth).

Pós-verdade, por sua vez, é um substantivo usado pela primeira vez pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich, em 1992.

Foi empregado para se referir a uma “circunstância na qual fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e às crenças pessoais”.

Isso significa que você está mais suscetível a acreditar na história que seu familiar, amigo ou ídolo está contando do que aquela que estaria em um grande veículo de informação, e tem tudo a ver com o contexto das fake news.

Como funcionam as fake news?

Resumindo, fakes news existem há muito tempo e são uma prática comum que tem ganhado força na atualidade, relacionada ao conceito de pós-verdade.

Isso ocorre pois vivemos em uma sociedade em que a informação é uma das coisas mais importantes. O que se relaciona diretamente com o processo de globalização.

Atualmente, a internet e suas ferramentas possibilitaram que qualquer pessoa possa publicar ou dizer algo para milhares e milhões de pessoas..

Assim, a disseminação de notícias deixou de ser algo centralizado nos grandes portais de comunicação e passou a existir a partir de uma mensagem no WhatsApp, do textão no Facebook, da thread no Twitter.

É o que o historiador Leandro Karnal comentou sobre uma “seleção afetiva de identidade”.

Você tende a acreditar mais naquilo que seu amigo compartilhou do que em um grande portal de notícias com credibilidade.

Aliadas às redes sociais, as fake news e a pós-verdade ganham uma dimensão extra devido a outro fenômeno, denominado bolhas virtuais.

A tendência é que você siga pessoas com as quais tenha afinidade, que sejam parecidas com você em algum nível.

Quando a notícia passa a ser compartilhada por todo mundo daquele círculo, você entende como verdade, formando sua própria bolha.

Ter uma visão externa, uma opinião contrária passa a ser incomum ou taxada como absurdo, mesmo que existam dados que ajudem a comprovar essa visão oposta.

Exemplo de fake News: o caso Cambridge Analytica

Para entender sobre este caso polêmico de Fake news, precisamos te contextualizar sobre como funcionam as redes sociais: o tal do algorimo!

As redes sociais, para determinar o que deve ser exibido como propaganda ou sugestões de amigos e páginas, usam fórmulas e regras matemáticas.

Com isso, a partir do que você curte, segue, compartilha, as empresas possuem um inventário de dados sobre você. A partir dessa análise, é possível indicar, com mais assertividade, qual página ou publicação aquele perfil tende a gostar mais de ver, e assim as publicações vão aparecendo no feed.

Agora, você já imaginou usar esse grande inventário para compartilhar determinadas fake news?

Foi o que a Cambridge Analytica fez nos Estados Unidos e no Reino Unido durante as eleições de Donald Trump e a aprovação do Brexit.

A partir do inventário de dados de cada usuário, compartilhavam-se fake news específicas.

Se aquele perfil demonstrava uma preocupação com a economia, a empresa pagava para exibir publicações falsas sobre a taxa de desemprego nos Estados Unidos, ou compartilhava informações de que o Reino Unido perdia milhões de dólares por semana enquanto se mantinha na União Europeia.

Se a preocupação era sobre segurança nacional, a empresa comprava anúncios com fake news de que a candidata Hillary Clinton tinha alguma responsabilidade pela criação do Estado Islâmico.

E quando isso veio a tona foi a maior polêmica. É um dos grandes casos de fake news que foram expostos até hoje.

Os robôs e as fake news: o que uma coisa tem a ver com a outra?

Os robôs sempre foram usados de forma produtiva, mas com as fake news isso tem se tornado um problema.

Sabe aquele atendimento automático que temos por telefone ou aquelas dúvidas que são respondidas rapidamente em um chat de alguma empresa? É basicamente o trabalho de bot ou chat robô.

Porém, no mundo e no Brasil, esses bots têm sido usados para espalharem fake news sobre um candidato, sobre uma lei, sobre uma pessoa etc.

Um tablet com várias mensagens saindo dele escrito "fake news" em todas elas, ilustrando o disparo em massa de notícias falsas pro parte de robôs.

O aplicativo de troca de mensagens WhatsApp baniu pelo menos 1,5 milhão de contas de usuários brasileiros, em outubro de 2018, segundo notícia da Uol., por suspeita de disseminação de fake news.

E fica a pergunta: de onde sai o dinheiro para financiar essa máquina de robôs que compartilham fake news? Quem se beneficia com isso?

Exemplos e consequências das notícias falsas

Ao longo do texto, já divulgamos alguns casos de fake news, mas vamos citar outros para ter bastante referência para uma redação, por exemplo.

Esta reportagem da BBC cita três casos de fake news que geraram guerras e conflitos ao redor do mundo.

O primeiro foi de um menino crucificado na Ucrânia. Essa notícia foi usada como uma propaganda, ajudando a justificar a intervenção russa na Crimeia, que anexou esse território em 2014, que até então era da Ucrânia.

Um segundo caso foi sobre a Guerra do Golfo, no qual usaram a filha do embaixador do Kuwait nos Estados Unidos para fazer um depoimento falso sobre as atrocidades do governo iraniano de Saddam Hussein e convencer a opinião pública americana a participar da guerra.

E o terceiro caso foi a utilização de fotos falsas na crise humanitária envolvendo os rohingyas (mulçumanos).

Essa minoria muçulmana não é considerada cidadã de Mianmar e é perseguida pelo governo local e por budistas, migrando forçadamente para Bangladesh.

As fotos, que são relacionadas até a conflitos em outro continente, são usadas para acusar os rohingyas de serem violentos.

Mas esses são alguns exemplos recentes de fake news.

Se formos parar para pensar, até mesmo a “descoberta” do Brasil é repleta de notícias falsas, como a de que Pedro Álvares Cabral e suas embarcações teriam sido os primeiros europeus a chegarem em solo brasileiro, mesmo, anos antes, o navegador português Duarte Pacheco ter alcançado o litoral brasileiro, próximo aos estados do Amazonas e Maranhão.

Tipos de fake news

Já vimos que a questão sobre fake news é muito mais complicada que nossos familiares compartilhando corrente no WhatsApp.

Nesse sentido, a jornalista Claire Wardle conseguiu agrupar e dividir as fakes news em sete categorias.

Sátira ou paródia: não possui intenção de causar mal, mas tem potencial de enganar;

Falsa conexão: quando imagens, títulos e legendas dão falsas dicas do que realmente é o conteúdo;

Conteúdo enganoso: utilização enganosa de uma informação contra um assunto ou uma pessoa;

Falso contexto: conteúdo original compartilhado em um contexto falso;

Conteúdo impostor: quando afirmações falsas são atribuídas a fontes reais, geralmente pessoas;

Conteúdo manipulado: informação verdadeira manipulada para enganar;

Conteúdo fabricado: conteúdo completamente falso com o objetivo de gerar desinformação e causar algum mal.

Será que você consegue associar esses sete tipos de fake news aos exemplos que vimos no texto?

Como combater as fake news?

E aí, como combater algo tão complexo quanto as notícias falsas? Essa resposta também não é fácil.

Um primeiro ponto é começar a buscar fontes de notícias com maior credibilidade.

E isso passa geralmente por grandes portais de notícias, embora outros portais menores também estejam construindo um excelente jornalismo e possuam grande credibilidade.

Aqui, esbarra-se em uma outra discussão, de que esses portais estão defendendo alguém, participam de alguma conspiração…

Todo texto carrega uma subjetividade. Para isso, é necessário entender que todos esses portais de notícias possuem uma linha editorial, um pensamento econômico.

E isso não faz deles menos confiáveis. A dica é, sempre que ler o conteúdo, leia suas entrelinhas, além de procurar diversas fontes.

Generalizando, existe também aquele portal que vai te dar o furo de notícia e outro que vai fazer uma análise completa do conteúdo. Se foi noticiado algum furo, aguarde uma análise mais completa para não sair espalhando fake news.

E, por fim, confira sempre as agências de verificação. Alguns grandes jornais já incorporaram isso. Mas existem agências especializadas em checar fatos, como a Agência Lupa e o portal Aos Fatos.

Esses são excelentes mecanismos para verificar as notícias, garantindo uma maior credibilidade ao conteúdo que você lê.



Fonte atualizada em 12/12/2022




O QUE SÃO FAKE NEWS?





Fake News são notícias falsas divulgadas principalmente nas redes sociais. Os boatos têm informações irreais que apelam para o emocional do leitor/espectador.

Fake News espalham discursos de ódio e preconceitos, causando até mesmo problemas de saúde pública.

Fake News são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo (geralmente figuras públicas).

As Fake News têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo.

O poder de persuasão das Fake News é maior em populações com menor escolaridade e que dependem das redes sociais para obter informações. No entanto, as notícias falsas também podem alcançar pessoas com mais estudo, já que o conteúdo está comumente ligado ao viés político.


Como surgiu o termo Fake News?

O termo Fake News ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.

Apesar do recente uso do termo Fake News, o conceito desse tipo de conteúdo falso vem de séculos passados e não há uma data oficial de origem. A palavra “fake” também é relativamente nova no vocabulário, como afirma o Dicionário Merriam-Webster. Até o século XIX, os países de língua inglesa utilizavam o termo “false news” para denominar os boatos de grande circulação.

As Fakes News sempre estiveram presentes ao longo da história, o que mudou foi a nomenclatura, o meio utilizado para divulgação e o potencial de persuasão que o material falso adquiriu nos últimos anos.

Muito antes de o Jornalismo ser prejudicado pelas Fake News, escritores já propagavam falsas informações sobre seus desafetos por meio de comunicados e obras. Anos mais tarde, a propaganda tornou-se o veículo utilizado para espalhar dados distorcidos para a população, o que ganhou força no século XX.


Como funcionam as Fake News?

A produção e veiculação de Fake News constituem um verdadeiro mercado, conforme mostra o especial do jornal Correio Braziliense (para ter acesso à matéria completa, clique aqui). Esse universo é alimentado por pessoas de grande influência, geralmente políticos em campanha eleitoral, que contratam equipes especializadas nesse tipo de conteúdo viral. Essas equipes podem ser compostas por ex-jornalistas, publicitários, profissionais de marketing, profissionais da área de tecnologia e até mesmo policiais, que garantem a segurança da sede e dos equipamentos utilizados.

Alguns produtores de Fake News compram ilegalmente os endereços de e-mail e números de telefone celular de milhões de pessoas para “disparar” o conteúdo falso. Existe a preferência por contatos de líderes religiosos ou de movimentos políticos, já que eles repassam aos seus seguidores e pedem que a informação (tida como verdadeira) seja compartilhada.

Nas redes sociais, são criados perfis falsos (com fotos, dados pessoais e publicações diárias) que começam a interagir com outras pessoas para dar veracidade. Depois, os perfis começam a espalhar notícias e vídeos de sites falsos e incentivam seus contatos a fazerem o mesmo.

Os sites que contêm as Fake News, em sua maioria, também são parte da estratégia das equipes especializadas nesse serviço. Os responsáveis pelas informações virais compram domínios de páginas e adotam uma identidade visual semelhante à do alvo (partido político, por exemplo), começam com publicações por vezes verdadeiras e, assim, atraem seu público. Com o ganho de relevância nos sites de busca, os produtores de Fake News passam a publicar informações falsas como se fossem reais.

Os contratantes investem altos valores para que as notícias falsas sejam produzidas e veiculadas de forma sigilosa e sem deixar rastros para possíveis investigações. Existem gastos com alojamento temporário e com produtos como celulares pré-pagos e computadores, os quais são jogados fora após a produção das notícias.

Pagamentos que são feitos costumam sair de cartões recarregáveis para que não haja rastreamento. É comum a prática de utilizar o CPF das pessoas a serem difamadas para que os cartões possam ser cadastrados e utilizados. Segundo a matéria do Correio Braziliense, a tática faz com que a vítima que decida investigar a movimentação acabe chegando ao seu próprio documento, impedindo-a de continuar a procura pelos criminosos.

Para evitar a perseguição, os produtores mudam de local constantemente, assim como os profissionais de tecnologia da equipe alteram o IP (tipo de endereço do computador). O conteúdo produzido é guardado nas chamadas “nuvens”.

O alto investimento em tecnologia e a adoção de estratégias para evitar identificação de quem contrata o serviço e das pessoas que o fazem são medidas que dificultam o rastreamento dos disseminadores de Fake News. Além da dificuldade de localização dos culpados, a legislação brasileira não tem uma punição exclusiva para esse tipo de crime.

Uma história parece duvidosa? Desconfie e pesquise! As Fake News costumam ser sensacionalistas e apelam para a emoção do leitor.

Por que as pessoas compartilham fake news?

Segundo levantamento feito por veículos de comunicação, como a Folha de São Paulo, as páginas de Fake News têm maior participação dos usuários de redes sociais do que as de conteúdo jornalístico real. De 2017 a 2018, os veículos de comunicação tradicionais apresentaram queda de 17% em seu engajamento (interação), enquanto os propagadores de fake news tiveram um aumento de 61%.

Para legitimar as Fake News, as páginas que produzem e divulgam esse tipo de informação costumam misturar as publicações falsas com a reprodução de notícias verdadeiras de fontes confiáveis. Outro problema presente nas redes sociais são as chamadas sensacionalistas que induzem ao erro. Quem deseja espalhar um boato pode retirar de contexto um dado ou declaração para usar em seu título ou no texto de sua postagem.

Outra característica das Fake News é a utilização de montagens em vídeos e imagens. O usuário da internet é muito visual, por isso, uma foto manipulada ou fora de contexto pode ser facilmente divulgada como verdadeira.

Manipulação de imagens

A manipulação de imagens existe há muito tempo. Um exemplo é a intervenção em fotos oficiais do regime soviético, em meados do século XX. Uma foto de Stalin, em 1926, passou por duas alterações para excluir os inimigos políticos.


À esquerda, foto original de Stalin com os dirigentes. À direita, cartão-postal a partir da foto editada.
(Foto: Acervo de The David King Collection at Tate / BBC)

No Brasil, a manipulação de imagens intensificou-se em tempos de eleição. Em 2018, por exemplo, pessoas trocaram os números de candidatos em suas propagandas partidárias, induzindo o eleitor ao erro.

Consequências das Fake News

Divulgar Fake News é um ato muito perigoso. Compartilhar informações falsas, fotos e vídeos manipulados e publicações duvidosas pode trazer riscos para a saúde pública, incentivar o preconceito e resultar em mortes. Veja alguns exemplos:

• Linchamento de inocentes

Em 2014, o Brasil presenciou o caso de uma Fake News que teve um fim trágico. Notícia divulgada pelo UOL Notícias relatou que moradores de Guarujá/SP lincharam uma mulher até a morte por causa de um boato divulgado no Facebook. Ela foi acusada de sequestrar crianças para fazer rituais de magia negra, no entanto, a informação era falsa.

O uso das redes sociais para compartilhar notícias também perpetua a violência por causa das Fake News em outros países. A Índia é um cenário preocupante na divulgação de vídeos falsos pelo WhatsApp. Em 2018, cenas fictícias foram editadas e veiculadas como suposto sequestro de crianças em Rainpada, uma vila local na Índia (Para ler a notícia, clique aqui). Desesperados, os moradores começaram a perseguir os supostos sequestradores, resultando na morte de cinco pessoas.

• Questões de Saúde Pública

Movimentos antivacinação voltaram a crescer nos últimos anos. Algumas pessoas contrárias ao uso de vacinas disseminam notícias falsas e propagam suas visões de que vacinar a população faz mal, o que é um problema grave, pois a resistência à vacinação coloca em perigo a população.

Por causa do crescimento de casos de sarampo no Brasil em 2018, o Ministério da Saúde teve que promover campanhas de vacinação. Para combater as fake news sobre o assunto e incentivar a participação nas campanhas, o Ministério da Saúde (MS) precisou lançar propagandas e informativos de combate às fake news sobre vacinas em diferentes veículos de comunicação e nas redes sociais.


• Homofobia

Outro Ministério teve que entrar em cena para desmentir boatos. Em 2016, o Ministério da Educação (MEC) precisou ir a público esclarecer que não havia a circulação do falso “kit gay”nas escolas públicas do Brasil (para ler a declaração do MEC, clique aqui).

• Preconceito - Xenofobia

O discurso de ódio que toma conta das redes sociais resultou em ataques a acampamentos de imigrantes venezuelanos. Moradores de Paracaima, cidade de Roraima pela qual as pessoas vindas da Venezuela entram no Brasil, usaram paus, pedras e bombas caseiras para atacar os acampamentos.

Outro exemplo foi o de um comerciante que ficou ferido após ser assaltado por um grupo de venezuelanos. As fake news sobre o caso divulgaram que o comerciante não foi socorrido porque a prioridade era atender imigrantes venezuelanos. A informação causou revolta na população da cidade, que passou a atacar os imigrantes.

• Legitimação da Violência

Posições contrárias a uma ideologia política podem alimentar o discurso de ódio. Fake News sobre a vereadora Marielle Franco, por exemplo, assassinada em 2018, foram espalhadas pelas redes sociais. Entre os boatos, estava a suposta ligação da vítima com o tráfico. A Justiça do Rio de Janeiro entrou no caso e determinou a retirada do conteúdo do ar.

Marielle era uma vereadora ligada à luta pelos Direitos Humanos, em especial das mulheres e da comunidade negra do Rio de Janeiro. Ela denunciava políticos e policiais por abusos de poder e outras violações e, por isso, criou inimizades com várias figuras públicas.


Como combater as Fake News?

O combate às Fake News é algo difícil. Os mecanismos de produção e veiculação das falsas informações são muito eficientes e escondem a identidade dos criminosos.

Para o usuário da internet, o importante é conseguir identificar uma notícia falsa ou sensacionalista e não compartilhar conteúdo duvidoso. Agências de jornalismo especializado são uma ferramenta útil para saber se um conteúdo é Fake News ou não.

A Agência Lupa é uma criação da Revista Piauí com a Fundação Getúlio Vargas e com a rede Um Brasil. Lançada em 2015, o site analisa conteúdo nacional e internacional e classifica-os em: verdadeiro; verdadeiro, mas…; ainda é cedo para dizer; exagerado; contraditório; insustentável; falso e de olho.

O Boatos.org é um site formado por vários jornalistas brasileiros que investigam conteúdos que circulam nas redes e informam aos leitores se são verdadeiros ou falsos.

Outra agência especializada em desvendar Fake News é “Aos Fatos”. Seus criadores fazem parte de uma rede internacional de investigadores e trabalham com a análise dos assuntos mais populares da internet. O site possui uma parceria com o Facebook para ajudar os usuários do Messenger (serviço de mensagens instantâneas da empresa) na navegação e identificação da veracidade dos posts. As notícias são definidas pela equipe como verdadeiras, imprecisas, exageradas, contraditórias, insustentáveis e falsas.



Fonte: escrito por Lorraine Vilela Campos

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