A HISTÓRIA DA ARTE NAIF
Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural (2020), a história da Arte naif está ligada às pinturas de Henri Rousseau, exibidas no Salon des Indépendents (Salão dos Independentes), realizado em 1886, em Paris. A palavra naif vem da língua francesa e significa ingênuo, sendo a expressão usada para designar a arte do pintor. Apesar de no início Rousseau ter sido muito criticado, ele acabou se tornando uma grande influência para pintores das vanguardas da época (FINKELSTEIN, 2001). Henri Rousseau foi o nome de maior destaque na arte naif, mas ele não foi o único representante. Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural (2020), a arte naif não foi algo isolado e que ocorreu apenas na França, pelo contrário, muitos outros artistas surgiram em todo mundo, como Alfred Wallis (Inglaterra) e Anna Mary Robertson (Estados Unidos). Não tendo características estéticas típicas, o que torna uma arte naif é o artista, já que é uma arte individual e cada artista tem um estilo único e genuíno. Muitos artistas naifs são autodidatas, mas existem artistas naifs que possuem formação artística (FINKELSTEIN, 2001). Segundo D’Ambrosio (2013), o artista naif não segue modismos, mas desenvolve um estilo pessoal e não uma imitação. Existem museus especializados em arte naif por todo planeta, como na Alemanha, Bélgica, Canadá, Croácia, França, Portugal e Rússia. No Brasil, destaca-se o Museu do Sol em Penápolis/SP, o Museu de Arte Naif de Guarabira/PB e o Museu Internacional de Arte Naif do Brasil (MIAN), no Rio de Janeiro/RJ, fundado pelo francês radicado Lucien Finkelstein (1931-2008). Além dos museus, existem também galerias especializadas, a exemplo da Galeria de Jacques Ardies, em São Paulo/SP. A arte naif também conta com grandes eventos, como o Art Naif Festiwal (Festival de Arte Naif) que ocorre na Polônia anualmente, com a participação de artistas de vários países.
A ARTE NAIF NO BRASIL
No início do século XX existiram muitas vanguardas artísticas, e cada vanguarda tinha características estéticas específicas, como o cubismo, por exemplo. No caso da arte naif é diferente porque não é algo planejado por um grupo de artistas ou intelectuais, não guarda, portanto, características estéticas comuns ou específicas (FINKELSTEIN, 2001). No Brasil, um dos artistas da arte naif de maior destaque internacional foi o acreano Chico da Silva (1910–1985). Ele chegou a receber uma menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza, na Itália, em 1966. Outro grande destaque foi o carioca Heitor dos Prazeres (1898–1966) que participou da primeira Bienal Internacional de São Paulo, onde venceu um dos prêmios (ARDIES, 1998). A mais tradicional e importante exposição de arte naif brasileira é a Bienal Naifs do Brasil, realizada pelo Serviço Social do Comércio – SESC de Piracicaba, selecionando os participantes por meio de edital, sendo a seleção mais disputada do Brasil. A demanda é grande por eventos de arte naif, o que impulsionou a criação de mais eventos recentemente, como: a Bienal Internacional de Arte Naif Totem Cor-Ação – BINAIF de Socorro/SP; a Mostra Nacional de Arte Naif no Estado de São Paulo; o Festival Internacional de Arte Naif – FIAN de Guarabira/PB; a Mostra Naif Pequenos Formatos de Paraty/RJ; a Exposição Nacional de Artistas Naifs do Centro-Oeste – ENANCO de Goiânia/GO; e a Mostra Internacional da Arte Naif “Universo da Alma Ingênua” de Santa Teresa/ES. Portanto, no Brasil a arte naif está em expansão, a cada ano cresce o número de artistas e a demanda faz surgir mais ofertas de eventos, além do interesse de colecionadores e de galerias.
Fonte:
Autora: Hebe Souza de Oliveira
Doutoranda em História na Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Mestra em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA); Especialista em Ensino de Arte e História pela Faculdade Cidade Verde; Especialista em Administração, Finanças Empresariais e Negócios pela Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB); graduada em Licenciatura em Artes Visuais pela UFAM; 2ª Licenciatura em História pela Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR); Bacharel em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA).
09/07/2020
In: Arte e Meio Ambiente: Os recursos hídricos brasileiros pela perspectiva NAIF
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