UMA CRÔNICA DE MÁRIO PRATA
O que você vai ler a seguir são frases colhidas de formulários de companhias de seguros, nas quais motoristas tentam descrever os detalhes de seus acidentes com os comentários mais breves possíveis. O português não foi nem corrigido para garantir a veracidade das declarações.
§ O pedestre não tinha idéia para onde ir, então eu o atropelei.
§ Eu vi um velho mole, de cara triste, quando ele caiu do teto do meu carro.
§ A causa indireta do acidente foi um rapazinho num carrinho pequeno com uma boca enorme.
§ Eu tinha certeza que o velho não conseguiria chegar ao outro lado da estrada, então eu o atropelei.
§ Eu disse à polícia que não estava machucado, mas quando tirei o chapéu, percebi que havia fraturado o crânio.
§ Eu fui atirado para fora do meu carro quando ele saiu da estrada. Mais tarde, fui encontrado numa vala por vacas perdidas.
§ Eu pensei que a minha janela estava aberta, mas descobri que estava fechada quando botei a cabeça para fora.
§ Eu bati contra um carro parado que vinha em direção contrária.
§ Um caminhão deu ré pelo meu pára-brisa, direto na cabeça da minha mulher.
§ Eu saí do acostamento, olhei para a cara da minha sogra e caí pela montanha abaixo.
§ O cara estava por tudo quanto era lado da estrada. Eu tive que desviar uma porção de vezes antes de atropelá-lo.
§ Eu vinha dirigindo já há 40 anos quando dormi no volante e sofri o acidente.
§ Um carro invisível veio de não sei onde, bateu no meu carro e desapareceu.
§ Meu carro estava estacionado legalmente, quando ele foi de ré no outro carro.
§ Eu estava a caminho do médico com problema na traseira, quando a minha junta universal caiu, causando o acidente.
§ De volta para casa eu entrei com o meu carro na casa errada e bati numa árvore que não é a minha.
Fonte:
OESP 16/12/98
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