O DIÁRIO DE MARIA BASHKIRTSEVA
Maria Konstantinovna Bashkirtseva (1858-84), filha de uma família da nobreza russa, nasceu na Ucrânia, mas passou grande parte da sua breve vida a viajar pela Europa. Estudou pintura em Paris, onde produziu uma obra notável, quase inteiramente destruída pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Sob o pseudónimo Pauline Orrel, também escreveu para o jornal feminista La Citoyenne. Mas foram as suas cartas, e principalmente o diário que manteve desde os 13 anos, que a tornaram uma figura única no seu tempo, levando Jon Savage, em Teenage, a considerá-la pioneira da emergência de uma nova consciência do lugar e do papel da jovem. Escreve ela no Diário: «Incendiar todas as coisas, exasperar-me, chorar, sofrer todos os dias, mas viver, e viver!». E mais adiante: «Estou cansada da minha própria obscuridade. (…) Definho na escuridão. O sol, o sol, o sol!» Maria insurgiu-se de forma consciente e solitária contra a vitoriosa ordem burguesa e a poderosa definição arquetípica de uma feminilidade assente na auto repressão, na resignação e na vida confinada ao espaço doméstico. Hoje quase esquecida, terá sido uma das primeiras a fazê-lo.
Fonte:
(the meeting,1884)
(self-portrait, 1884)
(myrrh bearing women, 1883)
(the-umbrella,1883)
(self portrait with palette,1880)
(in studio)
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