(Ada Rogato, 1936)
Nascida em São Paulo em 22 de dezembro de 1910, Ada Rogato foi uma pioneira da aviação brasileira. No início de sua carreira, a aviação ainda engatinhava no país, o número de aviadores era pequeno e havia grande entrosamento entre os pilotos civis e militares. Ela foi um dos pilotos civis que voluntariamente cumpriam missões de patrulhamento no litoral paulista durante a Segunda Guerra Mundial. Foi a primeira mulher a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, no grau de cavalheiro, a Comenda Asas da Força Aérea Brasileira e o título de Piloto Honoris Causa da FAB.
Ela superou qualquer recorde masculino ao se tornar o primeiro piloto civil a pousar e decolar com avião de pequena potência (um Cessna de 90 Hp) no aeroporto então mais alto do mundo – o de El Alto, em La Paz (1952); Em 1956 foi o primeiro aviador a sobrevoar toda a selva amazônica num monomotor (o mesmo Cessna), sem rádio e sozinha.
Antes disso, já havia sido pioneira entre as brasileiras a atravessar os Andes, em 1950, num reide de 11.200 km pelo Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai, num avião ainda menos potente: um Paulistinha de apenas 65Hp. Em 1951, consagrou-se a única aviadora do mundo, até então, a percorrer sozinha a extensa quilometragem de 51.064 km por todos os países e possessões das três Américas (exceto a Bolívia, para onde foi no ano seguinte), cruzando a linha do Círculo Polar Ártico em Fort Yukon, no Alasca, e voltando via Caribe. Também com seu Cessna atingiu em 1960 o outro extremo das Américas, tornando-se a primeira mulher a chegar a Ushuaia, na Terra do Fogo, pilotando um avião. Ela também foi a primeira paraquedista a ter um brevet da categoria, reconhecido pelo Ministério da Aeronáutica, e também foi a primeira mulher na prática de volovelismo (piloto de planador).
Ada Rogato nunca pretendeu deixar de voar. Até os 72 anos dizia que precisava de um avião mais potente para empreender viagens mais ousadas. Ela faleceu em 1986, quando aos 76 anos, foi vencida pelo câncer.
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